Para Thiago Souza, programador e desenvolvedor de games de Rio Branco, a jornada com a tecnologia começou em 2019, não com a intenção de criar universos virtuais, mas com o objetivo de construir websites usando PHP. A transição para o desenvolvimento de jogos, no entanto, foi natural e impulsionada pela sua paixão pela Unity Engine. "A parte técnica é a que mais gosto, mas sem a parte criativa ela não tem sentido", afirma Thiago, ressaltando a importância do equilíbrio entre a lógica da programação e a arte de contar histórias.
Essa paixão foi colocada à prova com seu projeto autoral, "O Reino em Outro Mundo", disponível na Steam. O jogo, que está na última fase de acesso antecipado com lançamento da versão estável previsto para dezembro de 2025, quase o fez desistir. Mecânicas complexas se mostraram difíceis de executar, exigindo que ele adaptasse e simplificasse o projeto para não o abandonar por completo. "Tive que simplificar para não desistir do projeto todo", revela.
Atualmente, Thiago não trabalha sozinho. Ele faz parte de uma pequena equipe de quatro pessoas, unidas pelo amor aos jogos, mesmo que a atividade ainda não seja a fonte de renda principal. A capacidade de adaptar jogos para diferentes plataformas, quando planejada desde o início, não tem sido um problema, o que mostra um planejamento estratégico fundamental para o sucesso.
O Crescimento do Cenário Gamer no Acre
Ao analisar o cenário local, Thiago observa um crescimento
do movimento de jogos no Acre nos últimos anos. No entanto, ele acredita que
ainda levará tempo para que o desenvolvimento de games se torne uma profissão
com reconhecimento e remuneração estáveis na região. Para ele, o que falta para
o Acre se destacar no cenário nacional é o apoio de investidores. "Temos
várias estrelas adormecidas", ele diz, confiante de que o potencial
criativo local é vasto e que o sucesso é apenas uma questão de tempo, com ou
sem apoio financeiro. Ele também lamenta a ausência de um apoio mínimo para os
desenvolvedores locais, o que torna a jornada ainda mais desafiadora.
Thiago também aponta para o futuro da indústria, destacando duas tendências além da Inteligência Artificial: a programação visual, ou em nodes. Ele acredita que essa abordagem torna a programação mais acessível e facilita a manutenção do código, algo que pode democratizar ainda mais a criação de jogos.
Para aqueles que estão começando, Thiago tem um conselho direto e realista: "tenha paciência". Ele enfatiza que o sucesso não virá com o primeiro ou segundo jogo, especialmente para quem mora no norte do país. "Essa é uma área que requer muita paciência e perseverança para ter sucesso... então não desista", conclui.
Francisco Moreira
Colunista e Jornalista- DRT 591/Ac
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