Esse jovem escriba de mal traçadas palavras e sentimentos indefinidos passou por uma recente ressaca amorosa desilusão por algo que jamais existiu.
Sim, existe o sofrimento por um
sentimento inexistente, algo semelhante aos corações desiludidos de carenciolândia.
Algo que seria entendido se existisse algo a mais por uma jovem de pele clara e
fala firme.
Ela chegou tranquilamente e com
seu sorriso curto, quase tímido conseguiu destruir muralhas que ergui durante
anos em questão de dias ou segundos se preferirem. A moça me conquistou por seu
intelecto aguçado, firmeza em marcar território e aparar os gaiatos de plantão
na base do bicudo.
Uma relação surgia, algo legitimo
sem interesses amorosos, carnais ou sentimentais, apenas uma boa e velha
amizade que há muito não sentia. Mas aquilo incomodava quem estava ao redor. Surgiram
os ataques aos dois.
Em uma conversa alinhamos que só
seria valido aquilo que um dissesse ao outro. Assumi a postura mais
transparente possível. Se tudo que fiz, falei ou disse era com sua permissão e
aval para manter distante os invejosos incomodados da nossa parceria.
Mas assim como quem pega uma
curva errada, alguma coisa aconteceu e ela passou a emprenhar pelos ouvidos e a
me distratar, desfazer e quase me desqualificar. Onde antes existia a parceria,
agora tomou conta de um incomodo seguido de patadas gratuitas.
Surgiu uma dor de quem dá uma
topada na mesa da vida, onde existia admiração agora passou a surgir o incomodo
e desconforto de estar perto. Parece que os outros venceram. Decidi me
resguardar no silencio de quem precisava reavaliar o caminho percorrido e como
doeu ao lembrar o tempo perdido e a confiança depositada em alguém que no final
frustrou.
Como qualquer um, decidi vestir o
luto pela perda de um sentimento nobre e mais valioso que já ofereci. A minha
amizade que agora tanto faz como tanto fez. Enfim o luto e o porre recomendado
por minha psicóloga de longa data.
Passado o período de “luto”,
agora é exercer a resiliência e seguir em frente. Força na peruca e de volta ao
quadro negro da vida. Mas outra dessa vai levar mais tempo para receber esse
bilhete dourado.
Assim como em Batman, vamos reerguer as muralhar e alicerces, tijolo a tijolo! Só não vale sofrer por amizades como se sofresse por paixões desiludidas.
