Emprenhar pelos ouvidos


Esse jovem escriba de mal traçadas palavras e sentimentos indefinidos passou por uma recente ressaca amorosa desilusão por algo que jamais existiu.

Sim, existe o sofrimento por um sentimento inexistente, algo semelhante aos corações desiludidos de carenciolândia. Algo que seria entendido se existisse algo a mais por uma jovem de pele clara e fala firme.

Ela chegou tranquilamente e com seu sorriso curto, quase tímido conseguiu destruir muralhas que ergui durante anos em questão de dias ou segundos se preferirem. A moça me conquistou por seu intelecto aguçado, firmeza em marcar território e aparar os gaiatos de plantão na base do bicudo.

Uma relação surgia, algo legitimo sem interesses amorosos, carnais ou sentimentais, apenas uma boa e velha amizade que há muito não sentia. Mas aquilo incomodava quem estava ao redor. Surgiram os ataques aos dois.

Em uma conversa alinhamos que só seria valido aquilo que um dissesse ao outro. Assumi a postura mais transparente possível. Se tudo que fiz, falei ou disse era com sua permissão e aval para manter distante os invejosos incomodados da nossa parceria.

Mas assim como quem pega uma curva errada, alguma coisa aconteceu e ela passou a emprenhar pelos ouvidos e a me distratar, desfazer e quase me desqualificar. Onde antes existia a parceria, agora tomou conta de um incomodo seguido de patadas gratuitas.

Surgiu uma dor de quem dá uma topada na mesa da vida, onde existia admiração agora passou a surgir o incomodo e desconforto de estar perto. Parece que os outros venceram. Decidi me resguardar no silencio de quem precisava reavaliar o caminho percorrido e como doeu ao lembrar o tempo perdido e a confiança depositada em alguém que no final frustrou.

Como qualquer um, decidi vestir o luto pela perda de um sentimento nobre e mais valioso que já ofereci. A minha amizade que agora tanto faz como tanto fez. Enfim o luto e o porre recomendado por minha psicóloga de longa data.

Passado o período de “luto”, agora é exercer a resiliência e seguir em frente. Força na peruca e de volta ao quadro negro da vida. Mas outra dessa vai levar mais tempo para receber esse bilhete dourado.

Assim como em Batman, vamos reerguer as muralhar e alicerces, tijolo a tijolo! Só não vale sofrer por amizades como se sofresse por paixões desiludidas.

Victor Augusto

Prazer, Victor Augusto, 37 anos, acreano, jornalista e académico de direito. Por isso, criei este espaço onde compartilho minhas experiências e aprendizados. Afinal, acredito que conhecimento deve ser diário para nossa evolução. Por aqui, abordo assuntos sobre estilo de vida, com ênfase em levar uma vida baseada na informação, já que é minha área de formação e atuação.

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